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sábado, 1 de janeiro de 2011

"Meu amigo Mario"



"O amor é quando a gente mora um no outro".


Das utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

Mario Quintana - Espelho Mágico

Fere de leve a frase... 
E  esqueçe.                                                                                                            Nada convém que se repita...
Só em linguagem amorosa agrada,
A mesma coisa cem mil vezes dita.

Mario Quintana


Ah! Os relógios

Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.

Mario Quintana - A Cor do Invisível


O Silêncio

A convivência entre o poeta e o leitor, só no silêncio da leitura a sós, a dois. 
Isto é livro e leitor.Este não quer saber de terceiros, não quer que interpretem que cantem, que dancem um poema.O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio...

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo


O trágico dilema

Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.
Mario Quintana (Caderno H)


 Os poemas

Os poemas são pássaros que chegam não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto;alimentam-se um instante em cada par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mario Quintana - Esconderijos do Tempo


Seiscentos e sessenta e seis


A vida são deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Mario Quintana ( In: Esconderijo do tempo)


Simultaneidade

Eu amo o mundo!
 Eu detesto o mundo!
 Eu creio em Deus!
 Deus é um absurdo!
 Eu vou me matar!
 Eu quero viver!
Você é louco?
 Não, sou poeta.

Mario Quintana - A vaca e o hipogrifo (Poesia Completa, p. 535)


01/01/2011

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