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sábado, 22 de janeiro de 2011

“Impiedosa e Inutil Consciência”



Meus pequenos erros foram a minha perdição.
Fundaram-se e fundiram-se nas coisas que nunca passam.
Embora saiba... Que tudo passa...Só não passam as dores das mágoas que ensinaram-me a não querer ser mais contente.
Que insistem em sussurrar-me sugestões dentro de mim.

Consciência tola, inútil existência!

Tu te foste quando de te mais precisei.
Errei todo o discurso, deixando que minha vontade me cegasse e não visse se não; meus breves enganos de amor.

Gênio insensato, coração malfadado!

O mesmo coração que me enleva, queima em carne viva.
E nessa angustia confusa pela busca da perfeição, deixo-me convencer que na vida nada há de se perder, quando não se tem o quê.

Minha inútil e impiedosa consciência insiste em ludibriar-me, enfeitando e esculpindo afrescos pelo caminho, conduzindo-me rumo à derradeira parada, rumo ao absoluto nada.
Criatura tola!Consciência murmurante de coisas que não quero mais ouvir!

Cala-te!
Atira-te daqui rumo à remissão!
Tu não foste chamada!
Castigaste-me impiedosamente, arrastando-me contra vontade, para as profundezas de mim, para as coisas que eu sei e para as que não consigo entender.

São inúteis e mal fundadas as esperanças de esquecer meus breves enganos, quais duram tantos anos e insistem em sobreviver.         Tu consciência inútil de nada vales, a não ser para lembrar-me daquilo que a muito tento esquecer!


Agora resta deixar-me absorver pela calma, sábia amiga, companheira das horas de confusão. Parto para longe desse confuso e inalterável caos, dirigindo-me ao meu altar de flores e cores mil, lá certamente serei muito mais feliz.

Jaque

22/01/2011